história
Fundada em 1882
A Sociedade Filarmónica Ermegeirense (SFE) foi fundada no dia 5 de Março de 1882. Apesar de não existirem comentários documentados sobre a fundação da sociedade, a história que nos chega até hoje é que esta foi fundada por habitantes da Ermegeira que pertenciam a uma banda filarmónica sediada na aldeia vizinha de Maxial. Esta filarmónica terá sido relocalizada na Ermegeira para evitar as deslocações entre as duas aldeias.
Desde a sua fundação, a Sociedade Filarmónica Ermegeirense mostrou ter uma influência importante no desenvolvimento de uma comunidade essencialmente agrícola, criando a estrutura necessária para poder disponibilizar as bases de uma educação musical e fomentar uma experiência valorizadora a todas as pessoas interessadas em partilhar os seus valores.
Durante aproximadamente quarenta anos, até ao ano de 2017, a Banda de Música da SFE foi dirigida pelo Maestro Álvaro Vicente Reis, grande contribuidor para o desenvolvimento da associação através da sua participação contínua na nossa Escola de Música, maestro da Banda de Música e enquanto compositor reconhecido a nível nacional, divulgando através do seu trabalho o nome da Sociedade Filarmónica Ermegeirense.
O ano de 2017 marca o início de um projeto educativo e artístico inovador para a associação com base na identificação de necessidades das comunidades e nos novos valores e missão estabelecidos, em primeiro lugar com a direção musical de Débora Bessa, mestre em música e ensino da música, que veio criar e coordenar o novo projeto educativo e artístico que ainda hoje prevalece, projeto que continua a evoluir hoje já sob a direção da maestrina Renata Oliveira. O projeto tem atraído mais jovens e adultos para a escola de música e proporcionado novas oportunidades aos músicos da banda e comunidade. Destacam-se apresentações na Festa de Outono em Serralves, no Teatro-Cine de Torres Vedras, atuações em parceria multidisciplinar com associações do concelho (de teatro, dança e literatura), a criação de novos espetáculos resultantes da angariação de mais apoios municipais e mecenáticos, a criação das Residências Artísticas da SFE que albergam músicos da região e maestros convidados altamente qualificados, e, mais recentemente, o Festival Contrapasso.
É neste contexto que a SFE começa a diversificar a sua atividade, através de um plano de gestão baseado no desenvolvimento e na profissionalização das competências centrais associadas ao trabalho de uma associação cultural: programação cultural, elaboração de candidaturas para financiamento das actividades, comunicação, produção de eventos, produção de palco e de sala, entre outras. É desta capacitação que resultam a Temporada Cultural de SFE, com mais de 70 atividades durante o ano, principalmente no Auditório do Centro Social da Ermegeira e na Casa Azul (a sede histórica da associação) e sobretudo as duas edições do Festival Contrapasso, realizadas em 2022 e 2024, dedicado à inovação filarmónica e que acontece no Parque da Ermegeira, outro projeto central da SFE, vencedor do Orçamento Participativo de Torres Vedras em 2021.
A Sociedade Filarmónica Ermegeirense cultiva e explora de forma assumida movimentos e equilibrios entre inovação e tradição, entre a proximidade da comunidade local e a distância que nos separar de outras pessoas, associações e ideias, sempre com a missão de “Promover o desenvolvimento das comunidades através dos valores da filarmonia e da cidadania participativa”. É com os valores “PAPRICA” (Participação, Altruísmo, Persistência, Responsabilidade, Iniciativa, Criatividade e Autonomia) que a SFE, enquanto associação cultural, continua hoje o seu trabalho e a sua missão.